Minha desgraça
Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.
AZEVEDO, Álvares de. Minha Desgraça. Lira dos vinte anos. São Paulo: FTD, 1994. p. 194. (Coleção Grandes Leituras).
Indique V ou F, conforme seja o item verdadeiro ou falso.
O poema revela
( ) um eu comandado pelo racionalismo.
( ) o humor como artifício de ocultamento de um drama.
( ) o sentimento irônico em face dos limites da vida prática.
( ) a indignação romântica contra a realidade material da vida.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a